Thursday 28 August 2008

Conselhos da Carol Shields, escritora, 1935-2003

Go for long walks,
indulge in hot baths,
question your assumptions,
be kind to yourself,
live for the moment,
loosen up,
scream,
curse the world,
count your blessings,
just let go
just be.

Wednesday 27 August 2008

Receber o Inverno de braços abertos



A poucos dias do fim do mês esperam-se estatísticas a confirmar que Agosto foi o mês mais frio, ventoso e chuvoso dos últimos anos aqui em Inglaterra. O mesmo sucedeu no ano passado e agora culpa-se La Niña, um fenómeno atmosférico responsável pelo frio estival.

Após meses de antecipação, mais uma vez os britânicos estão a sofrer de depressão climatérica, uma baixa pressão composta de nuvens, chuviscos ou aguaçeiros que nos pairam sobre as cabeças. Como é que podemos absorver vitamina D, usar sandálias, comer gelados nestas circunstâncias infelizes? As minhas regras impedem-me de usar meias, casacos e gabardines em Agosto devido a uma ilusão impressa na minha mente portuguesa de que este mês significa calor, praia e férias. Mas o miserabilismo inglês persiste, com almas irritadas e mal-encaradas, vestidas com trajes invernosos, as lojas repletas de casacos de inverno e calças de fazenda, os meteorologistas animados quando as temperaturas sobem acima dos 16 ou 17 graus e quando não ocorrem monções.

A minha solução é repetir a receita que encontrei no ano passado para reagir a esta crise meteorológica: aceitar que é Outono ou mesmo Inverno. Este processo cognitivo pode ser feito a partir do início de Setembro e implica o seguinte:


  • Vestir-se para enfrentar o frio que está e não o calor fictício

  • Acender a lareira

  • Comer abóboras e legumes no forno e "crumbles" quentes e reconfortantes

  • Dar passeios em parques e começar a ver as folhas outonais como um sinal de entrada numa estação mais adequada a este país

  • Esquecer que a praia alguma vez existiu

Thursday 21 August 2008

Aulas de feminismo?












Num mundo em que os ícones e os modelos de comportamento são a Paris Hilton e a Britney Spears, não é de estranhar que uma socióloga, Jessica Ringrose, especialista em estudos do género de uam Universidade Londrina venha sugerir que o feminismo deva ser ensinado como matéria nas escolas.
O feminismo como movimento, como ideologia, como inspiração nunca teve pior fama e é visto como algo irrelevante ou até perigoso e radical. A emancipação das mulheres foi reinterpretada de uma maneira perversa em que ser “sexy”, audaz sexualmente e ingressar na lógica degradante da pornografia é considerado "ser feminista". As constantes mensagens sexuais da cultura actual convencem muitas adolescentes que estes comportamentos são normais e que o "Sexo e a Cidade" é uma série feminista. Não é. Não há problema nenhum em gostar de sapatos, roupas e cosmopolitans, mas há em acreditar que o casamento é o destino final da mesma viagem porque passou a solteirona Bidget Jones e que implica comportar-se de um modo predatório e "masculino".
Segundo Ringrose, as raparigas definem-se cada vez mais pelo corpo, pela aparência fisíca e daí a obsessão com a magreza, com a maquilhagem, com as extensões capilares, com tudo o que é falso e falsificado que culmina na prática extrema da alteração da imagem, que é a cirurgia plástica. O aumento dos seios é agora uma aspiração, como costumava ser entrar na universidade. Acima de tudo estas jovens acreditam que são livres e que estão a fazer escolhas pensadas, quando na realidade trata-se apenas de agradar aos homens e integrar-se num sistema social ultra-misógino que favorece mulheres-bonecas tipo “Barbie”.
A verdade é que enquanto nos anos 70, muitas mulheres e homens, frescos da revolução sexual se insurgiam contra o machismo, no século XXI, o facto de que o que Joan Smith (autora de Misogynies, 1989) chama a "misogenia casual" é prevalente.
A escritora defendeu num artigo no jornal “Times” que não vale a pena ensinar o que é o feminismo às raparigas e deixar os rapazes de fora e que o discurso tem que ser adequado à sociedade actual. A linguagem do feminismo deve ser a linguagem dos direitos humanos, deve ser uma lição de história combinada com informação sobre o que se passa na indústria do sexo, no tráfico de mulheres, nos maus-tratos, na degradação causada pela prostituição (e pelo "strip-tease e "pole-dancing"), na desigualdade de salários, na não-representação das mulheres nas esferas do poder e dos negócios.

Wednesday 6 August 2008

Listas

A internet está repleta de listas, conselhos e tabelas tipo top-10 e este blogue também tem tendência para essa prática da "listologia", o estudo das possibilidades expansivas da auto-organização, da cognição e memória, decorrentes do uso de listas.
Assim, o sítio Listology traz-nos os 1001 livros que devemos ler antes de morrer. A escritora espanhola, Rosa Montero concluiu que se "escreve contra a morte." E lemos contra a morte, numa corrida para ler o máximo que a vida nos permita (por isso é raro ler o mesmo livro mais do que uma vez...a vida é demasiado curta)

http://www.listology.com/content_show.cfm/content_id.22845/Books