Friday 12 September 2008

Booker Prize 2008

Foi anunciada a lista final dos nomeados para o prestioso prémio literário Man Booker, que celebra obras de ficção em língua inglesa de um autor ou autora da Commonweath ou da República da Irlanda. Este ano, a grande controvérsia é que autores famosos como Salman Rushdie nem sequer fazem parte da lista

Aravind Adiga, The White Tiger
Sebastian Barry, The Secret Scripture
Amitav Ghosh, Sea of Poppies
Linda Grant, The Clothes on Their Backs
Philip Hensher The Northern Clemency
Steve Toltz A Fraction of the Whole

O júri decidirá quem é o vencedor em Outubro.

Thursday 11 September 2008

Vistas curtas

"Deriding Palin's modest background and lack of Ivy League credentials will only turn voters off. We should celebrate what is groundbreaking about Sarah Palin: a card-carrying member of Feminists for Life is a big step forward from Housewives for Life. And then we should talk about the issues.", escreveu a jornalista da revista Vogue, Rebecca Johnson no Daily Telegraph. Neste artigo, ela defende que não se deve criticar a candidata republicana a vice-presidente, Sarah Palin pelas suas origens humildes e o facto de não ter andado numa universidade com prestígio, o que serve apenas para alienar os eleitores. Recorde-se que Barrack Obama, de raça mista, criado pelos avós e pela mãe no Havaí não vem de um meio social elevado, mas estudou e entrou para Harvard, assim como a mulher Michelle entrou para Princenton (as tais universidades "Ivy League", de prestígio que assustam o povinho).
Ao que parece os eleitores gostam de candidatos populistas, pouco instruídos, "terra a terra" mas altamente conservadores e patrióticos com valores tacanhos e provincianos. O discurso de Palin na convenção Republicana, em que até citou um célebre autor anti-semita centrou-se muito na ideia dos valores provincianos, de vilas e cidades pequenas, em que toda a gente se conhece, como se estas terreolas conferissem uma superioridade moral. O que está aqui por trás é o medo do "outro" do que é diferente, do estrangeiro. Não admira que a senhora raramente tenha visitado outros países, não fosse deixar-se influenciar por ideias estranhas.
Segundo Rebecca Johnson devemos celebrar o que é "inovador" na candidatura de Palin e um grande passo para a emancipação das mulheres: Uma "feminista pró-vida, contra o aborto é melhor do que uma dona de casa com os mesmos princípios". Sarah Palin é membro da organização "Feministas Pró-Vida", mas isso não faz dela uma verdadeira feminista
Uma mulher que não permite às mulheres a escolha de abortar mesmo em casos de violação ou incesto, que é contra a educação sexual nas escolas, que não é a favor da saúde pública universal,
que apoia o criaccionismo e doutrinas que contribuem para a repressão e submissão das mulheres, que tentou proíbir a existências de determinados livros na biblioteca da cidade onde era presidente da Câmara, que acredita apenas numa estrutura familiar tradicional não é feminista. A escolha de Palin para o cargo é um passo atrás em 30 anos de conquistas e algumas perdas para retirar as mulheres da posição subalterna e ingrata que têm ocupado.

Friday 5 September 2008

Salve-se quem puder



Até à semana passada, as eleições norte-americans pareciam uma simples escolha entre um candidato Democrata, liberal, carismático, “histórico” (Barrack Obama) e o seu rival Republicano, conservador-moderado, imprevisível, experiente, veterano de guerra (John McCain). Mau-grado, as inclinações políticas ou simpatias de cada um, havia apenas uma certeza: qualquer um dos dois seria um avanço em relação a George W. Bush e oito anos de incompetência, políticas desastrosas, “gaffes” absurdas que eram divertidas, mas infelizmente tinham um lado muito sério e consequências graves para muita gente nos Estados Unidos e no resto do mundo. Mas isto foi até o candidato republicano, John McCain ter escolhido Sarah Palin para a vice-presidência. Esta decisão inesperada, um golpe de génio ou um erro fatal, ainda é cedo para determinar, galvanizou a direita norte-americana, milhões em fundos foram angariados pela campanha de McCain, os comentadores ultra-conservadores sentem agora que podem votar pelo seu partido com a consciência tranquila.
O que dizer da governadora do Alasca, Sarah Palin? Que é uma ofensa e um insulto compara-la a Hillary Clinton e sugerir que os 18 milhões de pessoas que votaram em Hillary nas Primárias vão passar a apoiar Palin, que tem uma ideologia, um estilo e uma carreira diametralmente opostos.
O facto de Palin ser uma mulher de 44 anos, não deve ser visto como uma indicação do carácter progressista de McCain, muito pelo contrário já que reflecte uma escolha de uma pessoa sem experiência, fotogénica e atraente com uma retórica tradicionalista e com ideais e práticas anti-feministas. Uma gigantesca distracção dos assuntos que deveriam dominar a campanha é o que promete esta ex-miss, pró-armas de fogo, anti-aborto (mesmo em casos de incesto ou violação), céptica em relação ao aquecimento global, a favor do aumento da extracção petrolífera e do capitalismo puro e duro.
Nem os ursos polares escapam, já que Sarah gosta de caçar e adora comer alce e matar lobos. Em Agosto de 2008 processou o governo americano por ter colocado os pobres ursos polares na lista de espécies ameaçadas.
Ah, e outro factor importante. Por muito gira que a senhora seja considerada, aquele penteado é dos anos 80, fora de moda, assim como as suas crenças deveriam ser. Infelizmente o fundamentalismo religioso, o criacionismo e a intolerância parecem estar a ganhar terreno.

Factos perturbadores sobre Sarah Palin:
http://www.alternet.org/election08/97198/?page=entire
Artigo interessante sobre o anti-feminismo desta escolha