Saturday 3 April 2010

The Secret History, Donna Tartt


Ontem disse a uns amigos que tinha acabado de ler este romance ou thriller. "É sobre incesto, não é?", perguntou a minha amiga que tinha lido o livro há dez anos. Por acaso não é sobre incesto. É interessante como nos esquecemos de livros que lemos ou como ficamos com uma certa imagem ou ideia que nos marcou particularmente. Apesar de haver uam relação incestuosa, eu diria que é sobre a dinâmica de um grupo de colegas e um professor numa universidade fictícia americana. É um "campus novel" por excelência, em que a acção é passada no ambiente intelectual, claustrofóbico e elitista duma faculdade. O protagonista conta a história da perspectiva mista de participante, mas ao mesmo tempo sente-se excluido do círculo de eleitos do professor de grego. O professor controla e influencia este pequeno grupo com os seus ideais estéticos clássicos, desdenhando a moralidade convencional. A personagem mais fascinante é o líder dos alunos, Henry, um poliglota ultra-inteligente, culto, frio e calculista. Publicado em 1992, este romance parece às vezes um pouco datado, embora seja possível que existam personagens semelhantes em universidades americanas de luxo, hoje em dia.
Com referências eruditas, romance, crime, chantagem, paranóia, conflito, lê-se bem, mau-grado ser demasiado longo. É um daqueles exemplos de um bom livro que se torna medíocre para o fim, ou seja arrasta-se nas últimas 100 ou 50 páginas e conclui de uma maneira um pouco atabalhoada, como se fosse numa direcção e depois perdesse o norte. Acontece a muitos.
Exemplos de "campus novels"
Nice work, David Lodge
The War between the Tates, Alison Lurie
Disgrace, J.M Coetzee
Human Stain, Philip Roth

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