Tuesday 1 July 2008

O centro ou o abismo para quem quer ser um reformador?




Como nunca fui apoiante incondicional de Obama não me supreende nem me desilude por aí além que ele tenha mudado de ideias numa série de políticas, na ânsia sôfrega de captar votos e mostrar-se um candidato mais moderado e do "centro". É isso que faz a maioria dos políticos. O problema é que Obama é supostamente diferente e um reformador, capaz de galvanizar o povo e inspirar a nova geração.

Quando ninguém sabia quem ele era, o senador de Illinois defendeu que as campanhas partidárias deviam ser financiadas pelos cofres públicos e que deviam ser estabelecidos limites claros ao angariamento de fundos. Agora, como candidato do Partido Democrata e o político que mais dinheiro conseguiu arrecadar na história das campanhas políticas norte-americanas, Obama decidiu que as contribuições privadas e sem limites fixos são perfeitamente aceitáveis.

Mais grave é o facto de Barack Obama ter voltado atrás em posições como o controlo das armas de fogo e a oposição à pena de morte, assuntos que mostravam as suas credenciais progressistas. A questão é que a direita conservadora nunca vai votar nele e os milhões que o idoltram pelo que ele representa (ou a ideia abstracta do que acreditam que ele simboliza) o seu carisma, capacidade de inspirar gente apolítica vão ficar cada vez mais desiludidos. A estratégia da "moderação", se é isso que significa a pena de morte, não funcionou para Al Gore, nem para John Kerry...

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