Wednesday 12 August 2009

Serões da Província-Encontros do terceiro grau

Como já referi as pessoas no campo gostam de meter conversa na rua. Ontem um senhor saiu de uma casa quando me viu na paragem do autocarro para me "ajudar" com indicações, embora tenha confessado não ter apanhado a camioneta nos últimos 50 anos. Ao pensar que os bilhetes custam ainda 20 pence ofereceu-se para me dar trocos (será que tenho cara de alguém que anda a pedir trocos?) com medo que o condutor não quisesse trocar uma libra. Na verdade o bilhete custava 2 libras.
Na aldeia vizinha fui ao centro de saúde e a caminho um homem, vestido à inverno e a cheirar a cerveja começou a fazer perguntas sobre o meu bébé, que adormecido não tinha desmaiado com o bafo de álcool do homem. A certa altura ele constatou que eu não era inglesa, começando depois a perguntar se eu era casada e se o meu marido era inglês. Vira-se então para mim e diz "não quero insultá-la mas sabe que há muitas mulheres estrangeiras que vêem para aqui para casar com ingleses e comprar carrinhos de bébé topo de gama, modelos ultra caros". Olhava para o meu carrinho que não é assim tão moderno, acho que nunca viu um Bugaboo que custa 500 libras e parece saído de um filme de ficção científica. Após esta tentativa de "não insultar", começa uma tirada contra mães adolescentes que são irresponsáveis e não deviam tomar conta de crianças (será que quase com 40 anos tenho cara de jovem borbulhenta que ficou grávida por acidente?)
Hoje fui ao pub que não serve "fast food". O dono não ficou nada contente e disse para a mulher na cozinha "parece que temos um pedido de almoço, tens que ir à loja comprar os ingredientes". Assim uma sandes de atum demorou uma hora e meia e nem sequer se desculparam com o "está a sair" que dizem nos cafés e restaurantes em Portugal. A culpa da demora é do cliente por ousar querer almoçar.

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