Wednesday 5 November 2008

CHANGE



Até ontem não acreditava que Barrack Obama conseguisesse ganhar as eleições, mesmo com todas as sondagens a dar-lhe a vitória. Pensei que fosse haver fraude (que não acontece só no Zimbabué) ou que o chamado “efeito de Bradley” distorcesse os resultados (assim denominado por causa do candidato afro-americano Tom Bradley, que perdeu a corrida a governador da Califórnia em 1982, apesar das sondagens o darem como vencedor, quer isto dizer que as pessoas mentem nas sondagens de opinião, para não parecerem racistas ou retrógadas)
O ambiente é de júbilo total, após 8 anos do governo incompetente, destrutivo, divisivo e absurdo de George W Bush. Pouco importa que a Barrack Obama falte experiência. Com a inteligência e capacidade de empatia que possui, aprende depressa. Do ponto de vista simbólico estas eleições são “históricas”, e olhem que me irrita esta palavra, gasta pelos meios de comunicação social e aplicada a tudo, desde a jogos de futebol, a qualquer tratado, cimeira ou discurso político.
Os anti-americanos radicais que odeiam ou invejam os Estados Unidos devem agora questionar os seus próprios preconceitos. País de contrastes, continuo a manter que os Estados Unidos produzem o melhor e o pior nos mais diversos campos. A constante reinvenção e auto-mitologização nacional é uma característica que gera críticas e principalmente incompreensão. Porque é que o 11de Setembro se tornou o 11 de Setembro? Não só porque é um dos eventos mais marcantes deste jovem século, mas pela dissecação que os americanos fizeram dos factos a níveis diferentes, culturais, sociais, psicológicos e políticos. Os eventos ali são confrontados, ruminados, transformados em filmes, livros, debatidos até à exaustão. Quantos anos se demora a digerir conflitos ou inconsistências ideológicas na velha Europa? Será que o passado fascista está “arrumado” nas mentes colectivas? Duvido muito, mas uma coisa é certa, Bush que já está nos écrans de cinema pela mão do realizador Oliver Stone, já foi analisado e devidamente colocado no caixote do lixo da história. A única coisa que conta agora é a esperança, a mudança e andar para a frente nos Estados Unidos liderados por Obama. O mundo suspira de alívio e enche-se de optimismo.

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