Wednesday 6 February 2008

Super Terça-Feira



Democratas em corrida aberta à Casa Branca


Uma das campanhas mais renhidas para a nomeação do partido Democrata e do Partido Republicano para a escolha do candidato à Casa Branca. O moderado John McCain, que alguns ultra-conservadores odeiam mais do que desprezam os Clinton vai claramente à frente. O evangélico Mike Huckabee conseguiu pelo menos cinco estados importantes e alguns analistas acreditam que ele permanece na corrida com a esperança de ser candidato à vice-presidência, como número dois de McCain.
Mas a batalha entre Hillary e Obama está longe de ter terminado. Barack Obama possui o carisma e a capacidade para unificar e motivar o eleitorado e até conseguir que republicanos votem nele, por não estar “contaminado” e apostar na retórica da “mudança”. O movimento espontâneo que ele gerou e o apoio de celebridades e sectores variados da sociedade reforçaram uma candidatura que parecia inicialmente fraca. A comunidade latina, os mais velhos, os eleitores tradicionais e mesmo muitos afro-americanos preferem Clinton. Obama é um fenómeno da classe média instruida, com instrução e uma aberração numa América conservadora, ultra-religiosa e fechada sobre si própria.
Até agora, Obama venceu em 13 estados e Hillary apenas 8, embora a ex-Primeira Dama tenha conseguido ganhar estados cruciais como a Califórnia e Nova Iorque e angariar mais delegados com uma pequena margem. Ambos podem celebrar vitórias com alguma cautela e contenção. Faltam ainda estados como o Texas e o Ohio entre outros. Qual vai ser o factor decisivo na escolha entre uma mulher branca e de meia idade com experiência e tendências maquiavélicas e um homem negro mais jovem que é um enigma? E quem é mais liberal ou conservador. Quem é mais de “esquerda”, se quisermos?


Aborto: Hillary é pró-escolha e votou em várias leis nesse sentido
Obama não apareceu para votar em diversas situações controversas em leis relativas ao aborto, defendendo que “as mulheres devem ter o direito a escolher juntamente com o seu médico, a sua família e o clero”

Economia: Hillary quer combater as desigualdades sociais, cortar benefícios fiscais a empresas e investir na criação de postos de trabalho
Obama quer ajudar a classe média, reformar o sector da saúde e educação

Iraque: O grande trunfo de Obama, que votou desde o início contra a guerra, embora tenha também aprovado um aumento dos fundos financeiros a serem aplicados nas operações militares no iraque
Hillary apoiou a invasão, que depois admitiu ter sido um erro. Votou contra o reforço das tropas e defende uma estratégia de retirada gradual

Segurança: Posições muito semelhantes. Hillary apoiou as “Leis patriotas” que dão poderes sem precedentes às autoridades para investigarem e suprimirem o que interpretam como terrorismo. Obama votou contra esta legislação, mudando depois de ideias

Aquecimento global: Hillary concorda com um limite às emissões de dióxido de carbono por parte dos Estados Unidos, investimento em tecnologias “verdes” e regras mais rígidas para indústrias poluentes. Obama defende um um corte de 80% nas emissões de gases que causam o aquecimento do planeta até 2050, quer que os Estados Unidos se tornem a nação que lidera os esforços para facer face às mudanças climatéricas

Saúde: Um tema fundamental da política interna. Ambos defendem acesso universal ao sistema de saúde, já que só os que têm seguros privados podem pagar tratamentos e medicamentos (Muitas seguradoras tentam encontrar maneiras de não dar cobertura, como mostrou Michael Moore no documentário "Sicko"). Quando era Primeira Dama, Hillary tentou implementar uma reforma que daria acesso ao sistema de saúde aos mais pobres, que foi considerada um falhanço, devido a bloqueios políticos, principalmente por parte dos Republicanos

Emigração ilegal: Políticas parecidas de reforma das leis de emigração, intensificação do controlo das fronteiras, penalização dos que contractam emigrantes ilegais e apoio de atribuição de cidadania para clandestinos em determinados casos

Fonte: BBC

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