Monday 19 January 2009

Diaristas do século XVII-Samuel Pepys

Samuel Pepys, deputado e funcionário público documentou o reinado de Carlos II e Catarina de Bragança em diários que manteve de 1659 a 1669.

Os diários foram escritos do prisma pessoal do autor, em estenografia (com abreviaturas e códigos), pelo que não visavam a publicação. Durante dez anos, Pepys escreveu sobre a sua vida e acontecimentos históricos como a Restauração da monarquia, a grande peste de Londres, o grande incêndio de Londres, as guerras anglo-holandesas.

O diarista gostava de vinho e de ir ao teatro, descrevendo o ambiente dos teatros, reabertos por Carlos II, após o período terem sido encerrados pela república puritana de Cromwell. Os seis casos amorosos extra-matrimoniais foram descritos em detalhe e com nomes disfarçados, não fosse a mulher, Elizabeth ler o diário.

Nascido em Londres em 1633, Samuel Pepys frequentou a universidade de Cambridge, adquirindo conhecimentos de matemática e ciências, bem como uma fomação artística e musical.

Nos diários, Pepys refere-se diversas vezes a Catarina de Bragança, desde o relato da sua chegada a mexericos da corte. As primeiras impressões foram as seguintes: " pode lhe faltar charme, mas parece ter um ar bom, modesto e inocente".

O abandono, as humilhações e a tristeza da rainha portuguesa na corte libertina com Carlos II e as suas amantes são também relatadas. O seu desejo de produzir um herdeiro e a sua infertilidade são de igual modo motivo de comentário, assim como a sua visita às termas de Turnbridge Wells, na busca fútil de uma cura.

Como Catarina de Bragança, Samuel Pepys foi vítima da chamada conspiração papista, em que a Rainha e outros foram acusados formalmente no parlamento de fazer parte de uma conspiração para assassinar o rei. Muitos católicos foram perseguidos e mortos.
Contudo o rei nunca acreditou nas acusações e tanto a Rainha como o diarista foram ilibados.

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